quarta-feira, 17 de novembro de 2010

[Jesus Comigo] Mickey

 
De: Marco Aurelio Brasil

Meu primogênito estava com dois anos e achamos que era hora de consultá-lo sobre o que gostaria de ganhar de natal. Quando perguntado, portanto, o que gostaria de ganhar do papai noel, ele, sem pensar muito, respondeu: "uma malinha do Mickey". Coçamos a cabeça, confusos. Nem sabíamos que ele conhecia o Mickey e não fazíamos ideia de onde ele tinha visto a tal "malinha".

Nos próximos dias repetimos a pergunta várias vezes para ver se era isso mesmo que ele queria e a resposta foi sempre a mesma. Começou então um grande movimento de caça a uma malinha do Mickey que envolveu avós e tias e durou longas semanas até que uma tia finalmente achou uma mochila do Mickey e garantiu o natal feliz do Dudu.

Na véspera do Natal, armou-se a maior expectativa para ver a reação dele ao ganhar o tão ansiado presente. Filmamos tudo. É nitida a frustração. Dudu olhou para a mochila recém saída do pacote com ar blasé, de um sorrisinho e voltou as atenções ao caminhão de plástico que tinha ganho da avó.

O mistério da malinha do Mickey nos acompanhou por um longo tempo, até que minha esposa matou a charada. Ela lembrou que em uma visita a um shopping onde havia precocemente um papai noel recebendo a criançada,  o Dudu havia ganho dele uma balinha do Mickey. Quando perguntado o que ele ganharia do papai noel, a resposta óbvia para ele foi aquilo que ele já havia ganho dele. O que mais se poderia esperar? E ele não tinha culpa se não entendíamos balinha na sua língua enrolada...

A tragédia é que estávamos prontos para dar brinquedos sofisticados mas, por achar que o Papai Noel só podia dar mais do mesmo, ele ganhou uma malinha. Já era melhor que uma balinha, claro, mas nada se comparado ao que queríamos que ele pedisse.

Quando Samuel foi ungir o futuro rei de Israel, espantou-se de que Deus não havia escolhido nenhum dos filhos mais velhos de Jessé, que eram altos, fortes e bonitos. Deus havia escolhido Saul anteriormente, que era exatamente isso: alto, forte e bonito, então, essa era a ideia de rei que Samuel fazia. Mas Deus é ilimitado, tem recursos ilimitados e não precisa agir do mesmo jeito que agiu anteriormente. Enquanto Samuel esperava outro Saul, Deus gestava nada menos que um Davi.

É preciso humildade para reconhecer que não fazemos ideia do que Deus está planejando a nosso respeito. Precisamos reconhecer que pode ser algo radicalmente diferente daquilo que já recebemos dEle. Precisamos não esperar nada em especial para nos surpreender e maravilhar ao ver o que Ele fará.

Feliz sábado, @migos!
Marco Aurelio Brasil, 29/10/10

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